A semana passou com um ritmo curioso. Depois de dias intensos entre beijos, toques e uma conexão sólida demais para ser ignorada, Laís começou a perceber as pequenas frestas por onde a dúvida entrava. Era como se o coração caminhasse num chão liso e, de repente, topasse em pedras que ela não tinha visto.
Na ONG Raízes Vivas, o calor grudava na pele e o corredor fervia de vozes. Nanda, a coordenadora, organizava o cronograma do mutirão com sua pressa doce: “Gente, foco! Lista de materiais aqui, por favor”. Leandro conferia mudas e ferramentas, prancheta debaixo do braço; Rafaela circulava fotografando a equipe para as redes; Lucas e Hugo comparavam orçamentos numa planilha aberta; Clara, com o cabelo preso num lenço vermelho, digitava um e-mail no computador coletivo. Eduardo entrava e saía das salas com caixas, suado, a camisa colada ao peito. Quando passava por Laís, deixava um sorriso que aquecia e inquietava na mesma medida.
Era quarta-feira quando, ao pegar o celular de Eduardo q