Laís
O sol já estava mais alto quando Laís voltou para casa, ainda com os lábios formigando pelo beijo da manhã. O vestido amarelo balançava com a brisa leve, e cada passo parecia flutuar. Tia Zuleica estava na cozinha preparando o almoço, como se sentisse o brilho diferente no rosto da sobrinha.
— Dormiu bem? — a tia perguntou, com um sorriso de canto.
— Dormi... e acordei melhor ainda. — respondeu Laís, pegando um tomate da bancada.
— Vai almoçar com a gente? Convidei o Eduardo e os amigos da ONG.
— Claro. — disse, tentando soar natural. Por dentro, um turbilhão.
No quarto, Laís trocou de roupa. Vestiu uma blusa branca com decote em V e mangas levemente bufantes, uma saia rodada em estampa floral e sandálias de tiras. Prendeu os cabelos num coque despojado e colocou brincos pequenos de argola. Quando se olhou no espelho, gostou do que viu. Fresca, feminina, viva.
Eduardo chegou pouco depois, com uma cesta de pães caseiros e o sorriso largo de quem estava apaixonado — embora ainda nã