No quarto, o espelho refletia a silhueta parcial de Isadora, vestida até a metade com um dos vestidos mais elegantes que ela mesma escolhera. Matteo estava atrás dela, ajustando o zíper com movimentos lentos demais para quem estava com pressa.
— Você está demorando de propósito — disse ela, tentando conter o sorriso.
— Talvez — murmurou Matteo, inclinando-se para roçar os lábios na nuca dela. — Ou talvez seja o destino tentando me convencer de que seria mais sensato deixar você nua e trancada aqui.
Ela virou o rosto para encará-lo por cima do ombro, as sobrancelhas arqueadas.
— Você fala como se isso fosse uma opção.
— Não é?
— Não se atreva — alertou, com a voz baixa e firme. — Vamos nos atrasar.
Matteo soltou um suspiro frustrado, o olhar faminto vagando pelo corpo dela, como se o vestido fosse um insulto pessoal. Seus dedos, ao invés de terminarem o zíper, traçaram lentamente a linha da coluna de Isadora até a cintura. O toque era mais reverente do que apressado.
— Isso é tortura.