Isadora estava no quarto, de costas para a porta, tirando os brincos diante do espelho. Os ombros nus refletiam uma tensão que ela tentava disfarçar, mas que vibrava no ar como eletricidade. O estalo da porta se abrindo com força a fez congelar.
— O que pensa que está fazendo? — Matteo entrou sem pedir licença, olhos cortantes. — Quer me explicar o que fazia sozinha com Enzo ontem à noite?
Ela virou devagar, mantendo o queixo erguido, mesmo com o coração disparado.
— Ele me encontrou por acaso. Não é o que você está pensando.
Matteo deu um passo à frente, o olhar preso ao dela como um laço apertado demais.
— Não brinque comigo, Isadora. Eu sei quando estão mentindo.
Ela apertou os brincos na mão, a respiração acelerando.
— Por que importa? Você não confia em mim mesmo.
Num movimento rápido, Matteo agarrou o queixo dela, obrigando-a a encará-lo. O toque era firme, frio, mas os olhos dele… ali queimava algo mais denso.
— Ele te tocou? — A voz veio baixa, ameaçadora.
Isadora tentou se so