A chuva desabava com violência sobre o para-brisa, e os limpadores não davam conta de varrer a água. Liguei o farol alto, mas a visibilidade continuava péssima. O barro da estrada cobria os pneus e fazia o carro perder o controle a cada tentativa de avançar.
O motor rangeu quando tentei acelerar de novo, e dessa vez não houve aviso: o carro escorregou para o lado e, com um solavanco seco, parou atravessado na estrada. Travei o volante com força, o coração martelando no peito. A frente do carro ficou parcialmente atolada em um buraco formado pela chuva, e qualquer tentativa de sair só fazia as rodas girarem em falso.
— Droga! — murmurei, sentindo as lágrimas queimarem meus olhos, se misturando com o som da tempestade.
Tentei abrir a porta, mas a lama já começava a cobrir as laterais. Eu estava presa ali. No meio do nada. Sozinha.
Apertei o volante com as duas mãos, tentando pensar no que fazer. O celular, claro. Peguei com mãos trêmulas, mas não havia sinal. A tela mostrava apenas