Quando saiu do automóvel, Enrico bateu a porta. As pontas dos dedos tamborilavam no teto do veículo enquanto ele preparava os ouvidos para ouvir as reclamações do tio.
— O seu tio está te esperando, chefe!
— Eu sei! — Os olhos azuis cintilavam enquanto olhava para a sede onde a gangue se reunia.
Enrico demonstrava um distanciamento frio com os homens de seu meio. Ele seguiu sem pressa até a entrada, passou por alguns de seus subordinados que cumprimentaram o herdeiro do clã Bianchi. A maioria deles tinha bolsas em torno dos olhos, pois como todo gângster, eles faziam o turno da noite no submundo e encerravam ao amanhecer.
Ao entrar, ele entregou o  casaco preto a um dos homens e trocou amenidades com o conselheiro no meio do caminho.
— Está atrasado, Enrico! — disse o consigliere.
— Caso você não saiba, eu tenho uma vida pessoal, — Enrico retrucou.
— Você deveria cuidar melhor dos assuntos da família.
— O que você acha que eu estava fazendo!? — Enrico abriu mais os olhos ao inquiri-lo