Vez ou outra, o olhar de Enrico se centralizava em Lívia. Não era para hesitar daquela forma, se fosse em outro momento, já teria estourado os miolos daquela mulher e partido para outra missão; todavia, Enrico estava abalado, tinha algo especial que Lívia carregava.
Ele tirou o blazer e pendurou num dos ganchos na parede do lado de fora. Ao retornar, ele tocou na pistola e retirou a semiautomática da cintura e colocou sobre o banquinho de cimento no lado esquerdo.
Assustada, a médica sacolejou na cadeira, mas foi contida pelo tio de Enrico. A mão pesada de Don Bianchi ainda apertava os ombros de Lívia.
— Você não pode fazer isso comigo, eu salvei a sua vida! — disse num ato desesperado para poupar a própria vida e a do embrião que crescia em seu ventre.
— Já basta!
A mão pesada de Don Bianchi a calou. O tio de Enrico continuou pressionando a palma contra a boca da médica, esperando que o sobrinho terminasse logo com aquilo.
— Mate-a! — O capo ordenou por entre os dentes cerrados.
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