O dia começou com um sol pálido filtrando-se pelas cortinas do apartamento, mas Isadora não conseguiu sentir o calor habitual daquela luz suave. Estava sentada à mesa da cozinha, tentando forçar uma mordida na torrada que Lorenzo preparou com esmero, mas tudo em seu estômago parecia querer subir. O cheiro do café, antes confortante, agora era como um soco invisível no peito.
— Você não comeu nada. — Lorenzo comentou, com os olhos estreitos, como quem estudava um mistério.
Isadora tentou sorrir.
— Tô meio enjoada... acho que comi algo que não caiu bem ontem.
— Você disse isso ontem. E anteontem. E teve tontura ao sair do banho há dois dias.
— Lorenzo, eu já disse que estou bem.
Ele a encarou por um momento, depois puxou o celular do bolso e fez uma chamada rápida. Isadora franziu o cenho.
— O que você está fazendo?
— Marcando uma consulta. Agora você vai me ouvir, coelhinha. Uma coisa é você querer ser forte. Outra é ignorar sinais do seu corpo.
Ela bufou, mas não resistiu. A verdad