O lençol amassado ainda guardava o calor dos corpos entrelaçados. A respiração de Isadora começava a desacelerar, mas o coração seguia em disparada, como se tentasse entender que mundo novo nascia dentro dela. Lorenzo estava deitado ao lado, com um dos braços sob a cabeça e os olhos fixos no teto, mas a mente longe. Quando se virou de leve e viu o envelope sobre o criado-mudo, não resistiu.
Pegou o papel mais uma vez, como se estivesse relendo um segredo que mudaria seu destino. E de fato, mudava.
— Positivo. — murmurou, com os olhos marejados.
Isadora se virou de lado, abraçando o travesseiro. Ela o observava, o peito apertado, mas curiosa com a forma como Lorenzo segurava aquele exame como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. E talvez fosse.
— Está assustada? — ele perguntou, com a voz rouca, sem desviar os olhos do papel.
Ela hesitou um segundo. Mas a verdade escapou de seus lábios antes que pudesse escondê-la.
— Sim. Um pouco. — respondeu com honestidade — Mas é a primeira ve