A casa do lago estava envolta em silêncio e brisa. As águas tranquilas refletiam o céu azul, enquanto os pinheiros balançavam suavemente ao redor da construção de pedra clara. Lorenzo havia levado Isadora para aquele lugar com um único propósito: dar a ela um último refúgio de paz antes do veredicto final. Antes de deixar para trás, de vez, a sombra de Marcelo.
— Esse lugar é seu? — ela perguntou, ao cruzar a varanda de madeira com vista para o lago.
— Herança de família. Meu avô construiu para minha avó... mas eles quase nunca vieram. — Ele se aproximou por trás, enlaçando a cintura dela — Agora é nosso.
Isadora olhou em volta. Tudo ali tinha cheiro de memória antiga, mas também de recomeço. Havia lareiras, livros, vinho e, acima de tudo, o homem que agora representava sua liberdade.
As malas foram esquecidas no quarto. Lorenzo puxou Isadora pela mão com uma fome silenciosa. As roupas foram caindo pelo corredor como migalhas de desejo: a blusa leve, o jeans justo, a lingerie preta.
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