A manhã amanheceu silenciosa, como se o mundo respeitasse a importância do que estava por vir. Lorenzo caminhava pelos corredores do prédio antigo que abrigou, por décadas, o império da família Salvatori. Era a primeira vez que ele pisava ali desde que havia se afastado da presidência. Os passos ecoavam pelas paredes carregadas de história e legado, e com cada porta que passava, uma memória do avô surgia, o olhar exigente, as mãos firmes, a voz grave dizendo que “sentimentos não fazem parte dos negócios”.
Mas naquela manhã, Lorenzo não estava ali como Ceo. Estava como neto. Como homem transformado por um amor que desafiou tudo o que lhe foi ensinado.
Ao entrar no escritório que antes pertenceu ao avô, a luz da janela desenhava contornos suaves sobre o couro antigo das poltronas e os livros ainda empilhados na estante. O cheiro era o mesmo: madeira encerada, papel antigo e uma pitada de saudade.
Sobre a mesa, havia um envelope amarelado com seu nome escrito à mão.
“Lorenzo.”
A caligraf