O celular de Lorenzo vibrava sobre a mesa de vidro, mas ele mal ouvia qualquer coisa que não fosse o som do chuveiro no quarto ao lado. Isadora tomava banho, como fazia todas as noites desde que voltaram do chalé. Mas naquela noite, havia algo diferente nela. Um tremor sutil nos dedos, um sorriso forçado demais no café, o desvio dos olhos sempre que ele se aproximava.

Lorenzo passou a mão pelos cabelos, sentindo a dúvida pulsar como uma corrente elétrica sob a pele. Desde que a tinha ouvido chorar em silêncio no quarto ao lado, dois dias antes, ele sabia: havia algo que Isadora ainda escondia.

Pegou o celular. A mensagem de Alex era clara:

— "Confirmado. Marcelo conseguiu outro número. Mandou mensagens ontem à noite."

Lorenzo trincou o maxilar. Marcelo. A sombra que insistia em se arrastar pelo presente de Isadora como se ainda tivesse algum poder sobre ela. Ele apertou o celular com tanta força que os nós dos dedos esbranquiçaram.

Quando Isadora saiu do banho, enrolada na toalha, o