Capítulo 38 – Ela É Minha Vida

O som das buzinas era uma cicatriz aberta no ar da cidade. Lorenzo segurava Isadora nos braços como se sua própria existência dependesse da dela. O corpo dela ainda estava mole, os olhos fechados, o pescoço marcado pelas mãos de Marcelo como uma confissão violenta e covarde. O sangue escorria de um pequeno corte no canto da boca dela, e Lorenzo não conseguia parar de olhar.

— Você vai ficar bem, coelhinha... — ele murmurava, repetidas vezes, como uma prece desesperada — Eu estou aqui. Eu estou aqui.

Quando chegaram ao hospital, Lorenzo não esperou pelos paramédicos. Saltou do carro e entrou com Isadora nos braços, gritando por ajuda. Enfermeiros correram ao encontro deles, e ele relutou em soltá-la, como se seu toque fosse o único fio que a mantinha viva.

— Senhor, precisamos que o senhor aguarde fora da sala. Vamos estabilizá-la.

— Se ela morrer, nenhum de vocês vai sair vivo desse hospital. — A voz de Lorenzo não era um blefe. Era um aviso de um homem à beira da loucura.

Ele foi con
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