A luz do sol entrava pelas frestas da janela do quarto, desenhando linhas suaves sobre o rosto de Clara. Lentamente, seus olhos se abriram, ainda embaçados pela suavidade do sono. O relógio digital no criado-mudo piscava 8h17. Um frio inesperado percorreu sua espinha.
“Estou atrasada.”
A mente ainda vagava pelas lembranças do dia anterior — os olhos de Augusto, o livro apertado contra o peito, a sensação de algo novo germinando em seu peito. Mas o relógio não esperava sentimentos.
Com movimentos lentos, Clara se levantou, alongando-se devagar, sentindo os músculos despertarem. O aroma familiar do café vindo da cozinha parecia convidativo, mas não havia tempo para se perder em sabores.
Clara aos tropeços entra no banho quente, e se veste correndo enquanto pega sua bolsa, celular e chave na mesa da sala, fecha a porta com estalar. No corredor ecoa o barulho intenso da porta, seus passos parece mais barulhentos pelos corredores.
No caminho para o trabalho, o ônibus estava mais cheio do qu