O domingo chegou como um presente, um dia de sol brando e brisa suave do mar. Na casa da Vitória, o tempo parecia ter desacelerado. A urgência febril das semanas anteriores — a guerra com Arthur, a preparação para a exposição, o nascimento de Léo — havia se dissipado, deixando em seu lugar uma paz doce e preguiçosa.
A manhã foi uma colagem de momentos simples e perfeitos. Dante, no tapete da sala, construindo uma torre instável de blocos de madeira com um Léo que gargalhava a cada vez que a estrutura desmoronava. Helena, sentada no sofá com um caderno de esboços, não desenhando as formas grandiosas do mármore, mas a curva perfeita da bochecha de seu filho, o jeito como a luz da manhã se prendia nos cabelos escuros de seu marido. Era um tipo diferente de arte. A arte de observar a felicidade.
Após o almoço, um senso de propósito compartilhado se instalou sobre eles. Com Léo dormindo em seu berço, eles transformaram a grande mesa da sala de jantar em sua nova sala de guerra — ou melhor,