O beijo se quebrou com a mesma violência com que começou. Foi Helena quem o findou. Com um som que era um misto de soluço e rosnado, ela empurrou o peito de Dante com toda a força que conseguiu reunir. O movimento a fez tropeçar para trás, criando um espaço ofegante entre eles. Ela levou as costas da mão à boca, como se pudesse limpar o vestígio dele, o gosto de saudade e desespero que agora a contaminava.
— Não — ela ofegou, a palavra mais um som de dor do que de negação. — Você não pode fazer isso.
— Helena...
— Não! — ela gritou, a voz ecoando na oficina silenciosa. — Você não pode simplesmente aparecer aqui depois de quatro meses e me beijar como se tivesse algum direito! Você abriu mão de todos os direitos quando me mandou embora com uma notificação bancária!
A dor no rosto dele era visível, mas ela não se importou. Queria machucá-lo. Queria que ele sentisse uma fração do vazio que ela sentira. — Você acha que pode consertar tudo com um beijo? Que pode apagar quatro meses de silê