6. Péssima Mentirosa
Meu coração salta ao ouvir a palavra dita sem nenhum traço de desprezo.
Piccola. Pequena. O apelido que ele sussurrava contra meus lábios, contra minha pele, nas noites que passamos juntos.
O tempo parece congelar enquanto continuamos assim, imóveis, presos em um instante que se estende além da lógica.
Parte de mim quer ceder. Quer realmente beijá-lo. Quer fingir que os últimos três anos nunca aconteceram.
Mas a outra parte, a que ainda sente o gosto amargo das palavras frias, a que não esqueceu o olhar de desprezo, resiste.
— Não — consigo dizer, quase num sussurro.
Minha negação, provavelmente desmentida pela minha respiração ofegante, arranca um sorriso lento dele.
Ettore aproxima o rosto um pouco mais, e por um segundo, acho que ele vai me beijar. Mas, em vez disso, seus lábios roçam minha bochecha e seguem até meu ouvido.
— Péssima mentirosa — murmura, rouco, provocando um arrepio involuntário que percorre minha espinha.
Com um movimento lento, ele apoia uma das