7. O Espetáculo do Casal Feliz
Ettore pega o tablet com uma tranquilidade irritante, como se não tivesse acabado de lançar uma bomba sobre mim, e se afasta.
Observo-o caminhar lentamente em direção à saída, e algo ferve dentro de mim. Me levanto rapidamente e sigo atrás, alcançando-o no corredor vazio.
— Ettore! — chamo, segurando seu braço. Olho ao redor e abaixo a voz. — Por que tanta pressa?
— Achei que tivesse entendido a urgência para ambos — ele responde, sem emoção. — Não estaria surpresa se tivesse lido o cronograma.
— Não tive tempo de ler nada! Minha vida virou de cabeça para baixo nas últimas vinte e quatro horas!
— Dramática como sempre — ele suspira, olhando o relógio. — Te espero no carro. Cinco minutos. Não se atrase.
Ettore solta o braço da minha mão e continua andando, satisfeito por conseguir me provocar mais uma vez.
Solto um suspiro pesado e volto para a sala de jantar.
— Quatro dias… — murmuro, ainda incrédula, pegando minha bolsa da cadeira.
Minutos depois, estamos no carro, indo em