50. Ciúme Disfarçado
Sinto meu maxilar travar com força enquanto Isabella continua me observando com um sorriso de lado, satisfeita com minha reação.
Eu deveria concordar.
Uma parte de mim sabe que deveria olhar para Liz agora e enxergar a mulher que me deixou naquela tarde. A mulher que destruiu tudo o que construímos.
Mas, enquanto observo minha esposa conversando com Vincenzo do outro lado do salão, não é a traidora que vejo. É a Liz de cinco anos atrás.
Aquela que desenhava distraidamente em guardanapos de cafeteria. Que mordia o lábio quando estava concentrada. A mulher que desarmou todas as minhas defesas.
— Você não vai dizer nada? — Isabella interrompe meus pensamentos, se aproximando, me sufocando com seu perfume doce demais.
— Sobre o quê, exatamente? — respondo, sem desviar os olhos de Liz.
— Sobre o hábito da sua esposa de procurar… distrações quando você não está por perto.
Finalmente me viro para encará-la, fazendo seu sorriso diminuir diante da maneira como a olho.
— Você tem o pés