51. Ciúme ou Posse?
“Liz Bianchi”
Continuo imóvel, mesmo quando Ettore dá meio passo para o lado, como se nada tivesse acontecido.
Como se não tivesse acabado de sussurrar no meu ouvido uma daquelas frases que fazem o corpo inteiro responder.
Ele sorri. Aquele maldito sorriso de canto, cheio de certeza do efeito que tem sobre mim. De que pode usar isso como arma, da forma mais cruel e excitante possível.
Dou um gole no champanhe, tentando recompor a dignidade, mas é inútil. A taça está gelada. Meu corpo, nem perto disso.
— Está tudo bem? — ele pergunta, cínico.
— Tudo ótimo — respondo, forçando a compostura. — Você não queria ir embora? Vamos?
Ele assente e, como se nada tivesse acontecido, pousa novamente a mão na minha cintura. Cruzamos o salão até encontrar Alessandro e Gabriella perto da entrada.
— Já estão indo? — Alessandro pergunta, nos observando.
— Sim, foi um longo dia — Ettore responde, abraçando o tio. — O jantar estava excelente, como sempre.
— Foi um prazer conhecê-la melhor, Liz