41. Vire o Jogo
“Liz Bianchi”
Observo meu reflexo no espelho do elevador enquanto subo para o andar do design.
As olheiras voltaram a dar o ar da graça depois da viagem. Pequeno preço por noites em claro, revirando cada segundo em Zurique.
A lembrança ainda queima. O beijo, os toques, o quase. E, claro, a volta à realidade — fria, seca e desconfortavelmente parecida com antes… ou quase isso.
— Pelo amor de Deus, Liz — murmuro, encarando meu reflexo. — Para de pensar nisso.
As portas do elevador se abrem e respiro fundo.
Um passo para fora e pronto: ativa o modo “Liz Bianchi, designer de sucesso”. Porque “Liz, a idiota apaixonada pelo homem que supostamente a odeia” precisa ficar trancada no armário.
Quando chego na minha sala, Giulia está sentada em uma das cadeiras, tomando café e folheando uma revista.
— Bom dia, bela adormecida! — ela exclama, fechando a revista. — Achei que não vinha mais.
— Bom dia, amiga — respondo, largando a bolsa em cima da mesa. — Acabei dormindo demais. Nem ouvi o desperta