136. Sempre Tão Exagerado
“Liz Bianchi”
Se alguém dissesse que eu voltaria a ser tratada como criança, mesmo prestes a completar vinte e cinco anos, eu teria rido. Alto. De verdade.
Mas aqui estou eu, voltando do meu castigo, depois de três horas de repouso forçado.
Três. Horas. De. Tédio.
“Vai para casa descansar, filha”, disse minha mãe.
“Você precisa comer, Piccola. E alimentar o bebê”, insistiu Ettore ao telefone.
Honestamente? Não completei nem dois meses de gravidez e eles já estão me tratando como se eu fosse um cristal.
Imagino como será quando minha barriga estiver maior… provavelmente vão me colocar numa cadeira de rodas e contratar um batalhão de enfermeiras.
Mas, para ser sincera, consegui cochilar um pouco e comer uma refeição decente sem vomitar, então talvez eles tenham razão.
— E ainda faltam trinta e cinco semanas. Que Deus me ajude — resmungo, saindo do elevador.
Sigo pelo corredor e, assim que me aproximo do quarto da minha mãe, vejo movimentos através da porta entreaberta.
Voze