Se havia algo que eu havia aprendido nos últimos dias, era que a linha entre encenação e realidade estava cada vez mais frágil. Depois do evento, das aparições em público e daquela conversa sobre ciúmes, eu passei noites em claro tentando repetir para mim mesma que tudo não passava de um contrato. Que cada sorriso dele, cada aproximação calculada, era apenas parte do acordo.
Mas repetir não é o mesmo que acreditar.
Ainda assim, no fundo, eu sabia que não podia me deixar levar. O problema é que Pedro parecia ter um dom especial para testar essa minha determinação e, às vezes, com coisas pequenas, banais.
Naquela tarde, por exemplo, tínhamos sido convidados para a abertura de uma nova ala de um centro cultural. O convite não era exatamente algo glamouroso como os últimos eventos, mas ainda assim, importante para manter a “imagem do casal”. Eu já estava cansada da rotina de roupas impecáveis, maquiagem perfeita e sorrisos ensaiados, mas aceitei porque fazia parte do que eu tinha assinado