Se tem uma coisa que aprendi nos últimos dias, é que fingir um relacionamento é fácil perto de fingir normalidade em uma segunda-feira cheia de prazos. Voltar à rotina depois de um fim de semana inteiro encenando o casal dos sonhos esgota mais do que parece. Principalmente quando, no fundo, parte de você começa a esquecer que é encenação.
Cheguei atrasada ao trabalho, com o cabelo preso às pressas e uma mancha de pasta de dente na blusa que só percebi depois do segundo café. Minha chefe me lançou aquele olhar de quem pensa “vai tomar um rumo da sua vida?”, e eu apenas sorri, como toda boa funcionária que tenta manter o emprego.
No intervalo do almoço, me joguei em uma das cadeiras da área comum do prédio com minha marmita de frango com batata-doce, porque fingir ser uma pessoa organizada requer esforço até na nutrição, quando recebi uma mensagem de Pedro:
Pedro: “Saindo de uma reunião. Almoço juntos hoje?”
Suspirei. Fingir também incluía refeições coreografadas?
Isadora: “Não sei se c