A quarta-feira amanheceu mais leve, pelo menos no que dizia respeito à agenda. Os dias anteriores tinham sido uma correria sem fim entre reuniões, visitas a obras e relatórios. Mas, por dentro, Cristina não conseguia sentir alívio algum. Desde segunda não tinha notícias de Alessandro. Três dias inteiros em silêncio.
Ela se esforçava para manter o foco no trabalho, mas seus pensamentos não paravam de rodar como uma roda solta. A cada intervalo, a cada segundo de pausa, a mente dela voltava para a mesma pergunta: onde ele está?
O noticiário sobre o sequestro da filha do governador só aumentava sua inquietação. Cristina sabia que Alessandro estava ligado a operações desse porte. Ela imaginava a tensão, o risco, a seriedade da missão. Por isso, havia se calado — não queria atrapalhar, não queria ser um peso naquele momento. Mas o silêncio dele estava começando a corroer por dentro.
No meio da manhã, ao olhar para a tela do computador, percebeu que não tinha lido nenhuma linha do relatóri