PONTO DE VISTA DE TRENT
Levei Elise pra dentro de casa.
O lugar tava do jeito que eu deixei da última vez que estive ali — coberto de poeira, com aquele cheiro de madeira velha e memórias. Nada que ela merecesse. Então fui até a dispensa, achei um balde, pano, e comecei a dar um jeito na merda toda.
Ela não disse nada, só me seguiu. Pegou um pano seco e foi tirando o pó dos móveis enquanto eu passava pano no chão. A gente não trocou uma palavra, mas o silêncio dizia tudo. O ar tava denso. Como se ela estivesse carregando o mundo nas costas.
De vez em quando eu olhava pra ela. Os olhos perdidos, a expressão dura. Algo dentro dela tava gritando, e aquilo tava me matando devagar.
"O que tá errado, Amor?" perguntei, parando com o pano na mão.
Ela me olhou, mas não respondeu de imediato. Caminhou até o sofá e se sentou com os ombros curvados, trazendo os joelhos pro peito como uma criança tentando se proteger do mundo.
"Estou preocupada com a minha mãe" sussurrou, a voz embargada. "Ela co