Parte 55...
Aurora
Ele ainda me segurava pela cintura quando paramos o beijo, ofegantes, rindo como se o mundo lá fora não existisse. O som da música ainda tocava baixo, quase um murmúrio no ambiente, e o cheiro dele misturado com o meu grudava em cada canto do quarto.
Domenico passou os dedos pela minha bochecha, afastando um fio do meu cabelo do rosto. Estava sério agora. Intenso. Aquele olhar que ele tinha era capaz de despir minha alma.
— Eu devia te prender - ele murmurou, com aquele sotaque rouco que sempre me desmontava.
— Como assim? - franzi as sobrancelhas, entre desconfiada e divertida.
— Juro. Um sequestro emocional. Você aparece na minha vida, me vira do avesso, e agora acha que pode simplesmente ficar livre por aí, abrindo sorrisos desse jeito? Dizendo que quer morar sozinha? Me deixando de lado?
Revirei os olhos, mas ele sorriu. Aquele sorriso torto, que sempre vinha antes de alguma verdade inesperada.
— Eu não sou bom com palavras bonitas, Aurora - continuou, mais séri