Parte 16...AuroraEu fiquei em choque, cobrindo a boca com as mãos, vendo o coitado do Cláudio cair para trás, por cima das outras pessoas e se chocar contra o chão, com uma cara de dor.Não pensei que isso pudesse acontecer. Pra mim tudo ocorreu muito rápido e ao mesmo em câmera lenta. Não sei realmente, me senti perdida diante daquele comportamento.Eu nunca tinha visto Domenico ser agressivo com ninguém. No máximo uma bronca em algum funcionário que não fazia o que ele mandava da forma correta, mas agredir mesmo, nunca vi.O pior é que isso foi tudo culpa minha. Eu provoquei essa reação. Me abaixei ao lado de Cláudio, ainda atordoado pelo soco e tentei ajudá-lo a levantar, mas Domenico lhe deu um chute na barriga e ele gritou se encolhendo.— Pelo amor de Deus, para com isso! - eu gritei desesperada.Não adiantou nada. Domenico se jogou em cima dele e começou a desferir mais socos. Eu gritei de novo, em agonia porque sabia que era tudo culpa minha. Me senti muito mal com aquilo. N
Parte 17...AuroraO olhar dele era pesado, irritado. Seu queixo estava travado, ele apertava os dentes, contendo a irritação. Era a primeira vez que eu o via dessa forma, deixando sair seu lado mafioso sem máscaras. Nunca me senti tão pequena quanto agora. Deu tudo errado.O elevador abriu e ele pegou a chave da porta. Eu entrei na frente dele andando rápido para o quarto. Queria muito sair dali e ir embora. Não podia mais ficar ao lado dele.Domenico foi para o barzinho que tem na sala e ouvi quando abriu uma garrafa. Eu só queria pegar minhas coisas e ir embora. Eu não deixava muito mesmo. Algumas roupas, escova de dentes, cremes, xampu. Dava pra levar tu
Parte 18...AuroraNão queria mais segurar o que estava sentindo. Era a hora de deixar sair e terminar tudo de vez. Não foi como planejei, mas seria agora.— Eu sei que o acordo foi ideia minha, que não era exigido fidelidade de nenhuma parte... Mas eu cortei todos, eu não queria ficar com mais ninguém... Porque nenhum deles era você - engoli meu choro — Nem mesmo um beijo - ergui o dedo — Um beijo simples, eu nunca dei em outra boca que não fosse a sua. - ele parecia espantado — As coisas foram acontecendo, não planejei isso - encolhi os ombros.Ele levantou e tent
Parte 19...DomenicoO que eu faço agora? Me sinto um imbecil deixando que ela vá embora, mas não consigo ter uma reação diferente. Me sinto travado. Não esperava por essa.Andei pelo quarto, ainda espantado com o que tinha acontecido aqui. A noite começou tão bem, estava tudo normal entre nós. Quer dizer, até eu quase matar aquele cara na boate. Mas isso não é motivo pra ela me dar o fora. Será que eu a assustei demais deixando minha raiva sair?Não, não pode ser isso. O acordo, foi isso. Ela disse que se apaixonou e não estava no n
Parte 20...Domenico— Ah, que surpresa! - a mãe dela estava sentada na cadeira com um dos cachorros no colo e levantou ao me ver — Domenico. Veio ver minha filha, é claro! - sorriu.Devolvi o sorriso, mesmo estando sem vontade e aceitei seu beijo. Ela parecia cansada, mas na maioria das vezes em que a vi, era essa a expressão dela.— Sim, mas a senhora Gisele já foi chamar a Aurora - estou nervoso e nem deveria, já estive aqui outras vezes e os pais dela foram muito gentis — É rápido, eu ainda tenho assuntos a resolver - sorri de volta, mas não me sentei.
Parte 21...Aurora— Seu celular estava tocando, querida - minha mãe me passou o celular — Esqueceu lá no quarto.— Obrigada, mãe - sorri de canto e olhei a tela. Era Diana chamando. Eu não queria ter que atender agora — Depois eu ligo de volta.— Mas é a Diana, não é?— É sim, mas eu ligo depois. Primeiro quero tomar meu café - fingi normalidade — Sabe que quando eu começo a falar com ela, a conversa vai longe e quero aproveitar o café fresquinho.
Parte 22...Aurora— Me diga a verdade, amiga. Você se apaixonou por ele, não foi?— É, eu cometi esse erro.— Ai, amiga... Eu te falei. Domenico é uma boa pessoa, mas ele não faz questão de se comprometer com ninguém, ele vivia falando isso antes de te conhecer.— Eu sei, eu sei... - esfreguei a testa com os dedos — Quando começamos fizemos um acordo... E estava indo tudo bem, mas sei lá... Eu me perdi, acabei não seguindo o meu próprio plano - soltei o ar com cansaço — Aconteceu.— Então, deixa eu falar com ele. Domenico chegou com uma cara de bunda aqui, agora sei o motivo. Ele também não deve estar bem.— Não quero que ele pense que eu estou pedindo a você pra se meter, ainda mais depois de tudo o que eu disse pra ele - torci a boca e levantei, acenando pra minha mãe — Não somos mais crianças. Eu tenho vinte e dois e ele tem trinta e quatro. Não precisamos que outra pessoa fique entre nós. Desculpe, você me entende.— Eu entendo sim, mas poxa, fiquei triste com essa notícia agora.
Parte 23...AuroraDepois que desliguei da chamada onde falei com Samuel, fiquei um pouco mais animada. Em breve eu poderia me mudar para a casa de minha avó e não iria contar a ninguém. Bem, apenas a Gisele, mas ela não iria contar e lá era um lugar que meu pai não iria pensar em procurar.A casa estava quase abandonada, se não fosse pelo casal e por Samuel, que ficaram todos esses anos morando lá. Foram bons empregados para minha avó e minha mãe nunca quis se desfazer da casa, mas ela mesma nem aparecia por lá e meu pai, menos ainda.
Último capítulo