O tempo parecia ter parado na cela de pedra — até que uma parte da parede cedeu.
O som foi baixo, abafado pelo peso da umidade, mas suficiente para fazer o coração de Selena saltar no peito. A abertura surgiu atrás de uma pedra solta. Lá estava Sarya, meio encoberta pela escuridão, com um olhar que misturava pressa e promessa.
— Agora, Selena. Não temos tempo.
Selena não hesitou. Enfiou a pulseira da mãe sob a manga, agarrou o pano de seu vestido e rastejou pela fenda.
O túnel era úmido e frio. O cheiro de ferrugem impregnava o ar. Cada arranhão nas pernas e nos braços era um lembrete físico de que ela ainda estava viva — e que estava deixando a prisão para trás.
— Mais rápido — sussurrou Sarya. — Eles não fazem ronda por aqui com frequência, mas não podemos arriscar.
Elas seguiram por um corredor estreito, com a altura forçando Selena a andar quase de cócoras. O chão de pedra se alternava entre seco e lamacento, e em alguns trechos, a água pingava de cima, gelada, cortando