O mundo já não tem cheiro de vida para Darian.
Ele atravessa aldeias esquecidas, trilhas antigas, florestas que nem os caçadores mais ousados pisam. E em todas elas, a resposta é a mesma: nada. Nenhuma pista. Nenhum rastro. Nenhuma palavra útil. Só o eco de um nome que arde dentro dele como maldição.
Selena.
O vínculo entre eles permanece morto. A ausência dela pulsa como uma ferida aberta que se recusa a cicatrizar.
A pedra da lua está no bolso interno de seu manto, sempre junto ao peito. Ele a toca toda noite, como se pudesse arrancar dali uma resposta. Mas tudo que sente é a falta dela.
Não é mais raiva que o move. É o desespero frio. E o medo de que seja tarde demais.
Em um vilarejo cinzento, de casas baixas e portas trancadas, Darian desmonta.
O cavalo está suado. Exausto. Como ele.
Ninguém se aproxima. As pessoas fecham janelas ao vê-lo. Guardas locais recuam ao reconhecê-lo. O nome Darian ecoa entre o povo como uma advertência — não fale, não olhe, não respire perto dele