A cela permanecia mergulhada em um silêncio espesso, antigo, o tipo de silêncio que parece ter se empedrado nas paredes com o tempo.
Selena não sabia mais se era dia ou noite. O tempo perdera forma. As paredes, sem janelas, mantinham a escuridão intacta, indiferente ao que acontecia lá fora.
A bandeja com pão e água seguia no canto. Intocada. O cheiro de ferro e mofo era constante, impregnando o ar como uma maldição.
Mas o que mais pesava… era o vazio.
Não o da cela.
O de dentro.
A ausência do vínculo.
A ausência dele.
Ela se sentou novamente no chão de pedra, os joelhos contra o peito, o corpo tremendo de fraqueza. Mas dentro dela… ainda havia algo.
Uma centelha.
Foi quando ouviu.
Um barulho seco.
Metal.
O ferrolho girando.
O coração disparou. Selena se ergueu, apoiando-se na parede. Esperava Theron. Esperava dor.
Mas o que entrou… não era ele.
Era uma figura envolta em uma túnica escura, o capuz puxado até a metade do rosto.
A mulher.
Pela primeira