O quarto estava escuro.
Não por ausência de luz, mas por excesso de silêncio.
A lareira havia se apagado horas antes. As cortinas continuavam fechadas. Nenhuma vela acesa. Nenhuma palavra dita.
Selena permanecia sentada à beira da cama, imóvel.
Ainda usava o vestido da cerimônia — como se o tempo tivesse parado desde então.
A mente girava em círculos.
O coração… pesava.
Desde a cerimônia, a frase martelava em sua cabeça:
“Desde que ela chegou, só tivemos divisão, morte, caos...”
Uma sentença lançada por alguém que sequer teve coragem de mostrar o rosto.
Mas que todos ouviram.
E, pior, muitos concordaram.
Ela havia se exposto. Contado sua história. Dividido sua dor.
E em troca… foi vista como ameaça.
Darian não a impediu de sair da cerimônia.
Ficou parado.
Olhou nos olhos dela… e deixou que fosse.
Ela entendeu o gesto. Ele não a abandonou.
Ele confiava.
Confiava que ela ficaria, que voltaria. Que o vínculo entre eles era mais forte que qualquer julgamento.
Mas ela… n