A mata estava quieta demais para uma noite de lua minguante. Mas o silêncio não era paz. Era conspiração.
 Theron esperava entre as pedras negras, em um ponto esquecido da fronteira, onde as raízes antigas ainda sabiam o gosto do sangue derramado. Ele não precisou chamar. Os outros vieram. Sempre vinham.
 Um a um, os lobos do antigo clã de Kael surgiram das sombras, os rostos cobertos, mas os olhos expostos. Olhos que odiavam. Que lembravam.
 — Estão todos? — perguntou Theron, direto.
 — Os que ainda acreditam que a linhagem deve ser limpa, estão aqui — respondeu o mais velho, um lobo de pelagem grisalha e cicatrizes no rosto. — O resto... enfraqueceu com o tempo. Como Darian.
 Theron sorriu de lado, mas sem humor nos olhos.
 — Então vamos começar.
 A pequena fogueira foi acesa com um estalar de pedras, iluminando os rostos tensos ao redor do círculo. A fumaça subia densa, e o cheiro da terra misturado ao ódio deixava o ar mais pesado do que deveria.
 — O ataque ao castelo foi só o iní