A tempestade chegou no meio da tarde.
Nuvens espessas cobriam o céu como se o mundo estivesse prestes a ruir. O vento soprava com violência, e até as pedras da fortaleza pareciam estremecer. As velas acesas tremulavam mesmo sem brisa direta, como se a própria magia do lugar hesitasse em permanecer firme.
Na ala ritualística, a Anciã murmurava encantamentos antigos. O círculo de sal ao seu redor era mais apertado do que o habitual, traçado com precisão milimétrica. Selena permanecia no centro, imóvel, com os olhos fixos no chão. A marca recém-desperta ainda queimava em seu ombro, como se quisesse perfurar a carne.
— A magia que te envolve está se movendo, criança — disse a Anciã sem desviar os olhos. — Você está se tornando o que sempre foi. Apenas não sabia.
Selena não respondeu. As palavras da velha atravessavam suas defesas como se fossem feitas de ferro quente. Ela não sabia se tinha medo ou se estava apenas cansada de fugir do que era.
Naquele momento, Darian entrou.
Ele a vi