O fogo crepitava baixo, como se soubesse que não era ele o centro da atenção naquela sala.
Selena estava sentada com as mãos cruzadas no colo, tentando manter a calma. Mas a verdade era que o corpo inteiro dela parecia em estado de vigília. O coração batia forte, num ritmo desalinhado com a paz aparente da sala. As mãos, frias como pedra, tremiam levemente — não de medo, mas de pressentimento.
Darian sentava-se ao lado, firme, os olhos fixos na Anciã como um guerreiro que ouve a sentença de um oráculo.
A mulher, com os cabelos presos em uma trança grossa que descia pelas costas, mantinha-se em silêncio. Era o tipo de silêncio que carrega peso, como se cada palavra fosse uma semente que precisasse ser escolhida com o mesmo cuidado que se escolhe uma planta rara — uma que pode curar… ou matar.
— Sua mãe se chamava Lysa — começou enfim, a voz grave, embebida de memória. — Era uma curandeira humana… mas com algo a mais. Ela escutava a natureza com os olhos fechados. Tocava a alma das c