Os dias passaram como folhas levadas pelo vento.
Leves na superfície.
Mas densos no silêncio.
Selena vivia no castelo, mas ainda não se sentia parte dele.
Percorria os corredores com passos calmos, mas os olhos atentos.
Sempre alguém observando.
Sempre cochichos abafados que morriam no instante em que ela se virava.
Ela não era rejeitada.
Mas também não era acolhida.
Ainda era hóspede.
Mesmo na cama do Alfa.
Durante as manhãs, via Darian partir para reuniões, patrulhas, treinos com os guardiões.
E ela ficava.
Esperando.
Evitando os olhares.
Evitando a si mesma.
Não era medo.
Era... aquela velha dúvida que a roía por dentro:
> “E se eu não for suficiente?”
“E se eles tiverem razão?”
Mas havia algo mais forte que a dúvida.
O sentimento que crescia todas as noites, quando Darian a envolvia com os braços e o mundo parecia menos cruel.
Ela já não sabia viver sem ele.
E talvez… não quisesse mais aprender.
A cada amanhecer, ela ouvia as botas dele ecoarem pelas pedras