O dia amanheceu estranho.
Não havia gritos, ventania ou presságios óbvios — mas o ar estava denso. Como se a própria natureza esperasse que algo acontecesse.
Selena abriu os olhos devagar. Ao lado dela, Darian já estava sentado na beira da cama, com os olhos fixos na janela.
— Dormiu? — ela perguntou, mesmo sabendo a resposta.
— Não o suficiente. Há algo errado. Tá no ar.
— Eu também senti.
Levantaram em silêncio, tomaram banho juntos, mas nem a água morna conseguiu lavar a inquietação que grudava nos ossos.
No salão principal, o café os aguardava. Pães, frutas, carne seca… e olhares. Muitos olhares.
Alguns se abaixavam ao notar a presença de Darian. Outros fitavam Selena com uma curiosidade que beirava o julgamento. Mas os piores… eram os que fingiam neutralidade. Os que cochichavam depois que passavam.
Selena sentou-se ao lado dele e começou a servir-se. Fingiu naturalidade, mas por dentro, os sentidos estavam em alerta.
— Eles sabem de algo — murmurou.
— Ou estão prestes a fazer al