A madrugada caiu sobre a vila como um manto pesado. Não havia ventos fortes, trovões ou presságios óbvios — mas o ar… o ar parecia sussurrar.
Selena não dormia.
Estava deitada, com os olhos fixos no teto esculpido da fortaleza. Ao seu lado, Darian respirava devagar, mas ela sabia que ele também não dormia de verdade. A inquietação deles tinha o mesmo ritmo. A mesma raiz.
As palavras trocadas no quarto mais cedo ainda giravam em sua mente.
“Você não é só humana. Nunca foi.”
“Eu nasci aqui... mas fui criada longe.”
Sentia algo vibrando sob a pele. Algo antigo. Familiar, mas inominável.
Levantou-se sem fazer barulho, vestiu o manto e atravessou os corredores de pedra até alcançar o pátio externo. A noite estava morna. A Lua alta no céu iluminava o caminho como se quisesse mostrar a direção.
Seus pés sabiam exatamente para onde ir.
A clareira. O mesmo círculo de pedra onde horas antes havia enfrentado sua provação.
Ela caminhou até o centro, onde uma pedra redonda e musgosa permanecia i