Gregor inclinou-se levemente para frente, erguendo a mão e tomando um pouco do seu café. Como uma manhã comum, a voz carregada de autoridade e desprezo:
— Ontem ela tentou arranhar o rosto de um dos guardas. Mulheres não têm esse direito. Toda mulher aqui deve ser submissa, toda mulher deve aprender a obedecer. Rebeldia não será tolerada, e qualquer sinal de desrespeito será corrigido, com firmeza, até que entendam seu lugar diante de Deus e de nós.
Meu olhar percorreu a novata, avaliando cada marca, cada gesto de medo e desafio. O cabelo roxo contrastava com o resto da uniformidade do grupo, mas era apenas superfície. O corpo carregava histórias, que seriam duramente apagadas como de todas as outras.
Eu notei a forma como Gregor equilibrava o terror com o limite, uma dança de poder, de demonstração de força calculada. Cada gesto, cada comando, cada reação das mulheres era uma peça do meu quebra-cabeça. Precisava memorizar, entender, aprender. Para derrubar a organização, teria q