Amelia
O silêncio que se seguiu foi pesado, como se o mundo tivesse se suspendido por um segundo, apenas para absorver o que acabara de acontecer. O pai dele permaneceu ali, me observando com um sorriso que mal disfarçava a satisfação de me ter desestabilizada. Mas eu não o deixaria ver que ele havia tocado meu ponto fraco. Ele não me quebraria. Não aqui, não agora.
Eu podia sentir o olhar de Marcelo sobre mim, mas não me atrevi a olhar para ele. Ele estava tão presente, mas ao mesmo tempo distante, como se estivesse preso em uma luta interna. Eu não sabia o que ele sentia sobre a maneira como seu pai me tratava, mas eu também não queria saber. Não naquele momento.
Meu corpo estava tenso, mas a raiva que queimava dentro de mim era a única coisa que me fazia seguir em frente. Eu queria sair dali, me afastar do peso da aprovação do pai dele, da pressão constante das câmeras, do olhar público que me analisava como se eu fosse um produto.
E foi então que Marcelo, finalmente, colocou a mão