Amelia
Disquei o número da minha mãe e esperei enquanto ela procurava o celular para atender. Às vezes, ela demorava um pouco mais para encontrá-lo, então esperei pacientemente até que ela pudesse atender.
— Querida — disse ela, atendendo pouco antes de cair na caixa postal. — Ah, é tão bom ouvir sua voz.
— Oi, mãe — falei, encolhendo as pernas sobre a cama. Tinha ido para o quarto quando Marcelo desapareceu em seu escritório. Ele estava frustrado comigo, eu podia sentir. E isso só me deixava ainda mais nervosa.
— Como você está? — perguntei à minha mãe. — Como está lidando com a Evaline?
— Ela é uma ótima cuidadora, querida — disse minha mãe. — Mas ela não é você, claro... Sinto sua falta.
— Também sinto sua falta — assegurei.
Marcelo tinha contratado uma cuidadora para morar com a minha mãe assim que me mudei para a casa dele, para que ela fosse bem cuidada. Essa era uma das minhas condições para tudo isso, e fiquei aliviada por saber que minha mãe estava sendo assistida. Mas ainda