— Carol, a que horas você vem? A mamãe fez um ensopado bem...
Assim que a ligação foi atendida, Ana começou com a voz carinhosa, mas não chegou a terminar. Roberto a interrompeu:
— Fez aquele caldo fortificante de novo, não é?
— Filho, você está com a Carolina? Quando vocês voltam? — Perguntou Ana, animada.
— Não vamos voltar. Beba a sopa você mesma. Quem sabe você e o seu querido marido não me dão um irmãozinho ainda? — Disparou Roberto, com ironia.
As palavras foram tão inesperadas que os cantos da boca de Carolina se contraíram involuntariamente.
Do outro lado da linha, Ana explodiu em broncas.
— Seu desbocado! Põe a Carol na linha, deixa ela ouvir!
— Se nem eu quero ouvir, por que ela deveria? — Retrucou Roberto, sem pestanejar nem diante da própria mãe.
Carolina, mesmo sem atender, escutara tudo. Mas fingiu-se de surda. Afinal, tinha entregue o celular justamente para não se meter naquele abacaxi.
— Pronto. Estamos bem juntinhos aqui. Se a senhora quer netos, pare de insistir. Des