As sobrancelhas delicadas de Carolina se contraíram levemente.
— O quê?
Roberto recostou-se por inteiro na cadeira. Não importava o lugar nem a ocasião, ele sempre conseguia transmitir aquele ar de preguiça sofisticada, de indolência elegante.
— A família Carvalho é uma boa opção... Mas não serve pra você.
A frase era clara o suficiente. Carolina entendeu o que ele quis dizer com “novo protetor”.
Ela realmente não tinha imaginado que ele iria interpretar daquela forma. Estava enganado sobre suas intenções. Mas, em vez de se justificar, respondeu com desdém:
— Só existe uma maneira de saber se serve ou não: tentar.
A franqueza calma dela, sem rodeios, fez algo atravessar o coração de Roberto por um instante.
— A Sra. Carolina não está sendo apressada demais? Ainda faltam dois meses e vinte e tantos dias para o prazo de três meses. Além do mais... — Fez uma pausa, a voz lenta e controlada. — A família Carvalho é boa, mas não é mais forte que os Santos. Esse tipo de troca não parece tão v