O ar da manhã estava frio, mas no pescoço de Carolina havia um calor suave.
Era a respiração dele, o peso dele, encostado nela...
Ninguém jamais imaginaria que o altivo Roberto pudesse revelar um lado assim: manhoso, quase infantil, como quem busca colo.
O coração de Carolina vacilou, num instante breve e indefinido. Não sabia explicar o que sentia, apenas uma vontade de não o afastar.
De frente para o oriente, ela via o rubor do amanhecer tingir o céu. O vermelho se intensificava, vivo como... Sangue.
De repente, algo lhe atravessou a mente. Os dedos que seguravam o casaco dele se retraíram levemente.
— Roberto... — Chamou, a voz trêmula.
— Hm... — Ele respondeu quase num sussurro, como se estivesse prestes a adormecer.
— Você não precisa me agradar desse jeito. Eu vou ajudar de todo o coração para que Fernanda desperte. — A voz saiu firme desde o instante em que pronunciara o nome dela.
O braço que a envolvia apertou-se ainda mais.
— Hm?
Não havia como ele não entender.
— Roberto, v