Ele tinha sido claro. Roberto também não fingiu, balançou a cabeça.
— E aqui dentro?
Por fora podia não haver nada, o medo era que, por dentro, ainda houvesse.
Carolina entendeu: naquela noite ele queria acertar as contas do WhatsApp. Havia coisas que ela pretendia esconder, mas não dava mais.
Se não dava para esconder, então que se falasse. Melhor assim, do contrário, a culpa por ter enviado a mensagem errada continuaria pesando.
— Roberto, pare de rodeio e de joguinho. Pergunte o que você quer saber.
O carro entrou numa rua secundária que levava à casa de Roberto. Havia apenas os postes, sem as luzes dos prédios, a claridade dentro do carro murchou. O clima ficou ainda mais opressivo.
— Por quê? Tem segredo no seu WhatsApp que não pode ver a luz do dia? — Ele devolveu.
Conversar com ele era exaustivo, como passar a lâmina no pescoço e ainda sobrar um último fio de vida.
— Ro…
— Por que desinstalou? — Os dois falaram ao mesmo tempo.
Carolina engoliu a secura na garganta.
— Não precis