— Matheus, quantas vezes seu coração precisa morrer para você desistir? — No interior escuro do carro, Tatiane não conteve a pergunta ao ver os olhos de Matheus transbordando dor.
Nesses dois dias, embora ele não tivesse ido atrás de Carolina, ele a seguia em silêncio, e Tatiane o acompanhava, testemunhando todas as caras de sofrimento dele diante dos momentos de doçura entre Roberto e Carolina.
No começo, ela sentia ciúme, de tanto ver, foi ficando anestesiada, chegou até a achar Matheus meio digno de pena.
— Cala a boca!
Na cabeça de Matheus só havia a imagem de Roberto carregando Carolina, e dela com os braços pendidos ao redor do pescoço dele.
Antes, ele realmente achava que tudo aquilo era encenação. Agora, essa certeza vinha se desfazendo por dentro. Matheus reclinou a cabeça no encosto, fechou os olhos. O corpo exalava decadência.
Tatiane lembrou da ligação que recebera do pai à tarde.
— Mesmo que eu me divorcie de você agora, a Carolina não volta para o seu lado. Acorda.
As