Carolina ficou surpresa, não imaginara que Roberto fosse distorcer daquele jeito o motivo de ela querer ficar.
“Quanta desconfiança cabia naquele homem?”
Vendo que ele não parecia estar brincando, de súbito lhe veio à mente o que ele havia sussurrado no gramado naquele dia, e então ela entendeu de onde nascia aquela suspeita. Diziam que mulheres eram desconfiadas, aquele homem as superava de longe.
Carolina não se apavorou nem se perdeu. Ergueu devagar o braço fino e pousou-o na nuca de Roberto, puxando-o um pouco para baixo.
— Fique tranquilo, Sr. Roberto. Antes de o senhor dizer que acabou, eu não farei nada que o prejudique.
Os dedos dela eram macios, e as palavras também saíram macias, a irritação que ele carregava no peito amoleceu junto. Seguindo o gesto dela, ele roçou a pinta escura no lóbulo da orelha de Carolina.
— Boazinha.
Uma única palavra que queria dizer: ele tinha sido apaziguado, e ela podia ficar.
Carolina recolheu a mão, acomodando-a no colo. Roberto se endireitou.