A pergunta viera em tom suave, quase de consulta. Mas o sopro quente de sua respiração era dominador.
Aquele homem estava irritado naquela noite e não apenas porque ela elogiara Henrique. Desde o momento em que vira o irmão, já parecia carregado de faíscas.
— Está bem! — Carolina respondeu de pronto.
Sabia muito bem: quando ele estava tomado por esse ímpeto, quanto mais fosse contrariá-lo, mais ele insistiria. Melhor seria ceder, como quem alisa um cavalo arisco.
Assim que disse isso, empurrou-o de leve com a ponta dos dedos. Roberto cedeu por um instante, mas antes que ela se ajeitasse no assento, ele já se inclinava de novo, apoiando o peso sobre o ombro dela.
— Não fala nada. — Murmurou em três palavras, curtas e firmes.
Fechou os olhos. Carolina pensou que ele só queria silêncio, mas conforme o peso em seu ombro aumentava, percebeu: ele havia realmente adormecido.
Mas que homem estranho... Por que precisava sempre dormir encostado em alguém?
Falta de segurança?
O incômodo físico er