— Como assim só você? E a cunhada? — Perguntou Roberto.
Ele estava recostado na cadeira com aquela postura preguiçosa, o corpo largado, a voz arrastada. Ainda assim, por mais displicente que fosse, não destoava do ambiente refinado do restaurante.
— Ela não está aqui. E você sabe muito bem disso. — Henrique sentava-se de maneira impecável, o tronco ereto, as mãos apoiadas sobre a mesa na posição mais formal possível: esquerda sobre a direita. Um contraste gritante diante da informalidade de Roberto.
— Pois é... Só temo que nem você, como marido, saiba onde ela anda. — Roberto arqueou a sobrancelha, solto como sempre.
As palavras soaram como estocadas diretas no peito.
E, dito assim, na frente dela... Como podia ser tão sem filtro? Nem com o próprio irmão ele se continha.
Carolina desviou o olhar para Henrique. No rosto dele não havia expressão clara, mas a sombra entre as sobrancelhas parecia ainda mais pesada.
— Na frente da minha cunhada, ao menos poderia me poupar um pouco da vergon