Início / Romance / Casamos Com Outros… E Viramos Estranhos / Capítulo 3 Quem disse que você está fora do jogo?
Capítulo 3 Quem disse que você está fora do jogo?
— Senhor Matheus, é melhor chamar um médico. — Disse Carolina, recusando sua ordem.

Foi a primeira vez que ele ouviu um “não” sair da boca dela.

A expressão de Matheus se fechou ainda mais. Sem dizer nada, agarrou o pulso dela com firmeza e a puxou para dentro de sua mansão. Ao entrarem, deu um chute na porta, que se fechou com um estrondo.

— Carolina, não pense que eu não percebi que você está fazendo birra. — Disse ele, encarando-a com um olhar frio como gelo.

Então… Ele sabia.

E, mesmo assim, continuava a magoá-la.

O azedo no peito de Carolina se espalhou como suco de limão espremido, subindo pouco a pouco até arder no nariz.

— Matheus, você dormiu comigo por sete anos… Agora me tira do jogo sem dizer nada? E eu ainda não posso me sentir magoada?

Ele decidira ficar com Tatiane sem ao menos falar com ela. Mesmo que fosse apenas sua amante, se ele ia se casar e dispensá-la, o mínimo seria avisar.

Mas Matheus não o fez. Ao contrário, exibia seu romance com Tatiane na frente dela, como se Carolina fosse apenas mais uma assistente qualquer.

— Quem disse que você está fora do jogo? — Retrucou Matheus, desconforto e irritação na voz.

Ele puxou a camisa pela gola; os botões estouraram, caindo no chão com um som seco, revelando o peito coberto pelas manchas vermelhas da alergia.

Carolina já o vira em crises de alergia antes e sabia o quanto aquilo era incômodo.

No fundo, a voz da razão lhe dizia para não se importar. Afinal, já não tinha nada a ver com ele…

Mas não conseguiu vê-lo sofrer daquele jeito e foi buscar o creme.

Quando voltou, sua mão, junto com o tubo de pomada, foi envolvida pela mão quente e febril dele.

— Carolina, eu nunca disse que não queria você. E você mesma disse que nunca me deixaria. Nenhum de nós tem permissão para esquecer isso. — Falou ele, com a voz grave.

Então ele se lembrava…

E ela, que já pensava que ele tinha esquecido.

Depois que o levou para casa naquela época, Carolina admitia: o que a prendera nele, de início, fora apenas o rosto bonito.

No pequeno apartamento alugado onde moravam, eles só faziam duas coisas: comer… E se perder na cama.

Até que chegou o dia em que nenhum dos dois tinha mais um centavo sequer.

Matheus então saiu para trabalhar como mascote inflável. No auge do verão, vestido com uma pesada fantasia de panda, abordava crianças na rua para conseguir clientes. O dinheiro que ganhava era para comprar comida e bebida para ela.

Um dia, desmaiou de insolação.

Carolina perguntou por que ele arriscava tanto a saúde.

A resposta dele foi:

“Eu não posso deixar a minha mulher passar necessidade comigo.”

Foi com essa frase que ele roubou o coração dela e a fez segui-lo, sem hesitar, por sete anos.

Carolina reconhecia: nesses anos, ele lhe dera toda a doçura e bondade que podia oferecer. Até mesmo quando amigas duvidavam do amor de Matheus, ela defendia com firmeza:

“Matheus, nessa vida, nunca se casaria com outra que não fosse eu.”

Mas a vida adorava provar o contrário. E ele estava prestes a se casar com outra mulher.

— Matheus, você já vai se casar, e ainda me diz isso… Não acha irônico demais? — Disse ela, encarando-o.

A luz refletia nos olhos dele. Nos dela, o brilho úmido se fragmentava em pequenas faíscas.

— Carolina, a mulher que eu realmente quero me casar é você. — Respondeu Matheus, erguendo a outra mão para acariciar-lhe o rosto. — Quanto ao motivo de me casar com Tatiane… No dia do casamento, você vai entender.

— Carol, foi você quem esteve comigo nos momentos mais sombrios da minha vida. Ninguém nunca poderá te substituir. — Disse ele, com um olhar profundo e insondável, como a noite sem fim.

— Carol, lembre-se: com ela é só aparência, só encenação. Em qualquer circunstância, acredite que é você que eu amo. — Disse ele, beijando a mão de Carolina. — Confia em mim, por favor?

Ela não confiaria.

Se ele realmente quisesse casar-se com ela, já teria feito isso nesses sete anos de sucesso e ascensão.

— Matheus… — As palavras estavam prestes a sair de sua boca quando o telefone dele tocou.

O aparelho estava no sofá, e Carolina viu claramente o nome no visor: era do asilo.

Droga.

O celular dela estava no carro, e aquela ligação só podia ser para ela. Com certeza, algo havia acontecido com sua avó.

Pegou o telefone e atendeu rápido:

— Alô, aqui é a Carolina… Está bem, estou indo agora…

Ao desligar, olhou para Matheus. Do outro lado da linha, sua avó insistira em falar com ele. Carolina não sabia se deveria ou não pedir para que ele a acompanhasse.
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