A noite estava silenciosa na mansão. O vento frio da Alemanha batia contra as vidraças altas, fazendo ranger os caixilhos antigos. Rose caminhava devagar pelo corredor, descalça, como uma sombra. O coração acelerado batia contra o peito enquanto seus olhos se fixavam na porta de madeira escura: o escritório de Martin a porta entre aberta.
Dessa vez, não estava trancada. Um frio percorreu sua espinha.
— É agora ou nunca… — murmurou para si mesma, empurrando a porta com cuidado.
O cômodo exalava poder. Prateleiras repletas de livros em alemão, quadros de paisagens sombrias e uma grande mesa de carvalho coberta por papéis e documentos. O cheiro de charuto impregnava o ar. Rose respirou fundo, prendeu a respiração e começou a vasculhar.
Entre pastas e contratos, algo lhe chamou atenção: um conjunto de documentos em italiano, com o selo do cartório da região de sua infância. Seu sangue gelou ao ver o nome da mãe estampado nas páginas. Eram as escrituras das terras litorâneas. O contrato de